Encontro discutiu a instalação de um equipamento que promete dar suporte tecnológico ao desenvolvimento do Paraná
Por: Guilherme Oliveira e Maria Luiza Freire
O Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), campus Uvaranas, foi palco de um encontro especial. Na pauta, os projetos integrados do DATA Center e da Rede de Internet de Alta Velocidade, que fazem parte da Rede Paraná de Supercomputadores. Essas ações visam colocar a UEPG em destaque no cenário tecnológico e científico do Estado.
O evento foi coordenado pelo professor Roberto Ferreira Artoni, coordenador do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Bioinformática, e Luiz Gustavo Barros, diretor do NTI.
Artoni explicou que a instalação do supercomputador está em andamento há aproximadamente quatro anos e, recentemente, um convênio foi assinado pelo governador do Paraná, durante uma visita à Índia. Para o professor, esse acordo é um marco, pois representa a concretização de um projeto com potencial de transformar a produção de conhecimento e inovação no Estado. Ele destaca que a parceria com a CDAC não se resume à compra de um equipamento, mas envolve a aquisição de conhecimento por meio de transferência de tecnologia.
“Essa parceria com a CDAC vem, exatamente, nesse sentido, de implementar a construção de computadores de alta capacidade, por meio de uma transferência de tecnologia. Não estamos simplesmente comprando um equipamento, mas adquirindo tecnologia e conhecimento, e isso é inovador”, aponta Artoni.
(Roberto Artoni e Luiz Gustavo Barros)
Para o professor, a escolha do Paraná de adquirir, em vez de apenas comprar tecnologia, visa garantir uma soberania para o Estado. “Não há uma, entre as cem melhores universidades do mundo, que não possua um supercomputador. Agora, teremos isso na UEPG, um computador central de uma rede com alta capacidade, conectando as universidades estaduais, o que será um grande avanço para a Universidade e para o sistema estadual de ciência e tecnologia”, destaca.
Artoni ressaltou, ainda, que a presença desse supercomputador elevará a qualidade do ensino e da pesquisa na UEPG, beneficiando desde alunos de iniciação científica até a pós-graduação, em diversas áreas. “Inicialmente, o NAPI Bioinformática deve focar na agroindústria, saúde, biologia evolutiva e conservação biológica, mas isso é apenas o começo. Estamos plantando a semente para algo que beneficiará outros NAPIs e diversas áreas estratégicas do Estado”, diz Artoni.
Do ponto de vista econômico e social, Artoni afirma que esse investimento terá um impacto significativo. “Não faria sentido investir em tecnologia sem considerar a transferência desse conhecimento para o bem-estar da sociedade e é, exatamente, isso que estamos visualizando agora”, conclui.
(PARANÁ TERÁ TECNOLOGIA DE PONTA)
O diretor do NTI explicou a construção do data center na UEPG, que será a base para o supercomputador. “Estamos planejando uma rede de alta velocidade para interconectar as universidades e instituições de pesquisa no Paraná, permitindo que todas elas utilizem esses recursos”, ressalta Luiz Gustavo Barros. Ele também lembrou da “importância de uma infraestrutura física robusta, com mecanismos redundantes de energia, refrigeração e rede, para garantir que as pesquisas sejam realizadas sem interrupções”.
O supercomputador planejado terá aproximadamente 150 kilowatts de potência e ocupará cerca de 10 racks. O equipamento foi dimensionado para atender às necessidades das universidades estaduais. Barros informou que “as obras do Data Center devem ser iniciadas em 2025, com previsão de conclusão para 2026”.
